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Opinaria é um blog simples, directo e espero que útil para muitos. É um espaço de livre opinião. Onde todos podem deixar o ar da sua graça, a sua marca, escrevendo um pensamento, uma teoria ou uma simples opinião. Será sem dúvida um espaço de debate... um espaço para todos... verdadeiramente democrático. Contudo, para que assim seja, precisa de participação e muitos temas.

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Monday, November 20, 2006

O mundo automóvel - "Do karting à F1"

Peço desculpa pela minha falha nos 2 últimos artigos. Devido a compromissos profissionais não consegui escrever para o opinaria, que tem realmente tido um sucesso impressionante.
Hoje irei falar do caminho a percorrer desde o karting até à Formula 1, ou das várias soluções noutras categorias tão competitivas como a F1 e que valem realmente a pena.

O karting como se sabe, é uma “escola” ou uma “fábrica de Campeões”, onde apenas dão o salto para os monolugares os que mais se destacaram e melhores resultados atingiram, portanto os melhores.
Requisito numero 1 – o talento natural que nasce com cada um, mas nunca esquecer aspectos técnicos, postura em pista, relação com os patrocinadores ou com a imprensa. São algumas exigências que distinguem os melhores de todos os outros.

A partir do karting, existe todo um percurso que hoje em dia requer uma dedicação a 100%, uma forma de vida em que se tem realmente querer, abdicar de tudo pensar apenas nas corridas.
O passo lógico nos dias de hoje será qualquer coisa do género:- Formula BMW
- Fórmula Renault ou Formula 3 (Euroseries)
- GP2 ou World Séries by Renault
- Fórmula 1

Não quero com isto dizer que todos os outros campeonatos nas fórmulas de promoção não sejam competitivos ou bem organizados. Quero simplesmente dizer que para se chegar ao topo tem de se seguir os caminhos onde estão os melhores. Somente competindo onde estão as referências de cada uma das disciplinas, das diversas gerações, pode ambicionar-se ser um dos melhores e, como os melhores vão para os mais fortes campeonatos, é ali que se deve estar. Não serve andar em campeonatos de segunda, apenas para levar a taça e preencher o curriculum com “Campeão”.Depois, se conseguirem chegar lá a cima (Formula 1), tanto melhor, mas caso isso não acontecer, ficará por certo aumentada a probabilidade de poderem ingressar noutros campeonatos (normalmente GT´s ou Turismos) e aí prosseguirem as suas carreiras de uma forma profissionalizada, fazendo do automobilismo a nossa vida.

Um abraço,
Duarte

Wednesday, November 08, 2006

EDUCAÇÃO - LABIRINTO ACADÉMICO

Ninguém irá perceber como, com o deserto cheio de areia fácil para ser comentada nestes dias (Caro Teixeira, permita-me ter opinião) e as constantes novidades do Apito Dourado, eu fugi a essa trivialidade e me propus antes a falar de Educação.
Principalmente porque se vivem tempos complicados no Ensino Superior: a declaração de Bolonha, a politica a entrar nas Academias, a necessidade de um Maio de 68 para nos tornarmos mais contestatários? Já não vivemos na época em que nada nem ninguém era indiferente.
Terça-feira, 1 de Fevereiro 2004. Dia da oral de Neuro-Anatomia. O despertador tocou às 10.30 da manhã, mas apenas fui acordado pela dedicada Mãe as 11. Durante o banho tentei, com insistência, afastar a ideia do exame das duas da tarde. Tentando disfarçar um nervoso miudinho, antes de sair de casa, bebi ainda um delicioso batido de banana e comi uma sandes de fiambre.
Alguém me aturou nos 30 minutos infernais antes da minha chamada. E após outros 30 minutos, terminou. Mais azar teria sido entrar na sala, tropeçar e partir a cabeça. Saíram-me todas as perguntas que eu não queria. Tinha passado, mas apenas com 12.
Triste, embora conformado com o pouco estudo e com as palavras do Professor a solicitar uma melhoria em Setembro, voltei para o carro. Tinha estacionado à frente da Faculdade de Psicologia. Aí, deparei-me com um grupo de 5 raparigas giríssimas! Pensei: Devia ter vindo para Psicologia. Só me apercebi do peso do meu pensamento quando me sentei no carro e tive um outro: Não, devia era ter ido para direito e seguir a carreira do meu Pai. E depois ainda E a Marinha como o meu Avô. Mas o que eu sempre quis foi Medicina.Estava num labirinto académico: a uma panóplia de factores correspondia uma panóplia de direcções.
Não foi, logo ali, minha intenção recorrer ao “cliché” de criticar políticos, medidas e pressões de lobbies pois acredito que a sociedade urbana portuguesa, toda em conjunto, é que tem vindo a criar uma geração protegida que dificilmente assume compromissos e sem grandes opções de escolhas de futuro e, talvez por isso mesmo, se sinta permanentemente insatisfeita.
Optei antes pela reflexão. Apenas a reflexão me conduziria a uma grande urgência na acção, qualquer que fosse o meu lugar na sociedade.
A reflexão aparece-nos ligada a atitudes mentais que nos são indispensáveis. E é, além disso, uma grande libertação da consciência.
Num instante apercebi-me de que não estava sozinho. Quantos e quantos estudantes do Ensino Superior, com os quais todos os dias me misturo no corrupio insensato do quotidiano, estariam na mesma situação que eu. Confusos, perdidos.
A adicionar, existem também muitos medos, dúvidas, fraquezas e preconceitos, dependentes da personalidade de cada um.
Como é fácil de acreditar, são muitas mais as maneiras de contribuir activamente para o desassossego e o sofrimento mental, do que para o bem-estar e para a harmonia.
E, desse modo, perigosamente, cria-se um mundo onde o futuro pode ser uma interrogação.
Nesse ano, de acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, 88% dos estudantes candidatos entraram no Ensino Superior. No entanto, apenas 6 em cada 10 conseguiram um lugar na sua primeira opção.
Pela primeira vez desde 1996 (!), a ?barreira? dos 18 valores para entrar em Medicina em Portugal foi quebrada. Ainda assim, apenas em 4 das Universidades.
Embora esta situação represente escassos esforços de melhoria, ainda não é suficiente. Está criado um sistema elitista que, por ironia, chumba estudantes com 17 e aprova outros com 8,42 (nota de candidatura do último aluno colocado no Ensino Superior Público).
Este descalabro dá lugar à desilusão dos alunos e às críticas dos pais e professores.
Sem medo das palavras, na Faculdade de Medicina Dentária, há pouco tempo atrás, estatísticas revelaram que foram 0 os alunos que tinham escolhido o curso de Medicina Dentária como primeira opção. As minhas perguntas são duas: Haverá pior para um estudante, após 18 anos de evolução de conhecimento, do que fazer uma licenciatura contrariado? E aqueles que colocaram Medicina Dentária como 1ª opção, onde estão?
Calculo que contrariados noutro local qualquer!
A situação sobrante desta verosimilhança é a criação de Faculdades transitórias e o desagrado e frustração dos seus discentes que não conseguem encontrar motivação, perdem capacidade de trabalho e desistem. É lógico e compreensível que a entrega não possa ser a mesma quando o seu desejo mais veemente não está a ser realizado.
A arte da felicidade tem muitas componentes e a realização pessoal é uma delas. Sou o primeiro a defender a luta pelo sonho e pela ambição.
Contudo, por vezes, a desilusão, seguida pela conformação, apenas precede algo que pode ser bom.
Nas faculdades há de tudo: os que comem na cantina, os contestatários, os trabalhadores-estudantes, os associativos, os do conselho pedagógico, os desportistas, os bon-vivants e alguns como eu, que julgo que tenho sido de tudo um pouco. Por isso, recorro à expressão ?renascer da esperança?, na tentativa de acordar aqueles que já vão para além da decepção académica e já esqueceram o que é gerar empatia, e o tremendo valor e benefícios da compaixão e da amizade.
Embora momentaneamente ainda estivesse com dúvidas, quando terminei a minha reflexão já sabia o que não queria: Seja ele qual seja, e qualquer a razão que eu lá esteja, não quero é ser indiferente ao meu curso.

Fernando Arrobas da Silva

Monday, November 06, 2006

Dica Goumet - Vinhos e Companhia

Antes de mais, peço desculpa pelo atraso com que envio esta opinião.
Gostava de falar, desta vez, do restaurante Coelho da Rocha, em Campo de Ourique (Lisboa), na rua com o mesmo nome.
Casa com mais de 1 década e propriedade de um antigo empregado do Gambrinus (restaurante também lisboeta, muito famoso e que faz jus à sua fama), conta com uma ementa típicamente portuguesa e da qual vou destacar 2 escolhas.
O restaurante em si não é muito grande, e está dividido em 2 àreas:
1ª à entrada, na zona de bar (agradável enquanto se espera uma mesa vaga, daí recomendar que se possível, marquem mesa) e para mim, a zona onde mais gosto de ficar, pois é mais fresca!
2ª mais para o fundo, escura, fazendo lembrar uma sala antiga, mas não menos agradável que a entrada. Apenas mais quente. O mesmo acontece na ligação entre estas 2.
Cheguei por volta das 13:30 para almoçar, e tive de esperar por mesa ao balcão do bar onde me deliciei com um pratinho de presunto panta negra (sempre bom) e uma lambreta fresquinha.
Aproveitei e fui pedindo uma dose de gambas al ajillo (8€) que chegaram à mesa 5 minutos depois de me ter sentado e após 3 ou 4 torradas de pão saloio muito fininhas e que serviram de óptimo acompanhamento às gambas e ao azeite. Ambas estavam sem dúvida, perfeitas! Fritas por fora, mais moles por dentro e deixavam-se comer maravilhosamente.
Como prato principal, pedimos (é verdade, antes que se assustem, éramos 3!)
1 – Costoletas de borrego fritas acompanhadas de batata frita e arroz branco (10€) que se apresentaram no ponto, e da qual destaco fundamentalmente a qualidade da carne.
2 – Rins “ao Madeira” também com arroz branco, muito solto e saboroso. No entanto, faltava sal e não se notava de maneira alguma o sabor do vinho da Madeira.
Acompanhámos este repasto com Marquês de Borba tinto 2004 (14€) o qual combinou na perfeição com os rins (talvez devido à ausência de vinho da Madeira pois se se notasse, suponho que ficasse confuso) e com as costoletas, mas mostrando-se pouco “amigo” das gambas (sem dúvida que a cerveja aqui teve o papel principal). É um vinho ainda novo mas já está bom para consumir.

Agarrando na idéia que me foi dada da última vez de classificar cada restaurante, o Coelho da Rocha fica com 16 pontos por esta refeição (Escala de 0 a 20), pela falha nos rins e pelo calor constante na sala, mesmo com a existência de um ar condicionado. Qualidade de serviço impecável, e menú extenso, bem como uma carta de vinhos recheada.

Gostava ainda de vos indicar este livro: Guia Tascas de Portugal de Mafalda César Machado numa edição da Inapa em colaboração com a Brisa. É uma iniciativa fantástica e pode servir de ferramenta a todos os comensais. Eu vou utilizá-lo, e ainda vão ver aqui opiniões minhas sobre algumas das tascas apresentadas. Era engraçado começarem também vocês a deixar as vossas opiniões para podermos todos partilhar.
Até à próxima!

Fracisco de Sousa Coutinho